27/10/2025

Quarto usado por Getúlio Vargas em hotel de Poços de Caldas preserva história e segredos do antigo presidente


Na suíte de 142 m², governante do Brasil chegou a despachar durante o Estado Novo. Local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e ainda recebe hóspedes.
Por Fabiana Assis, g1 Sul de Minas


Famosa por suas águas sulfurosas benéficas à saúde e pelo movimento de seus cassinos, Poços de Caldas (MG) foi um dos destinos mais sofisticados do país nas décadas de 1930 e 1940, sendo frequentada pelas elites política, agrícola e artística da época. Entre seus visitantes ilustres, um dos mais fiéis frequentadores foi o então presidente Getúlio Vargas, que passou longas temporadas hospedado no Palace Hotel, um dos símbolos da era dourada da cidade.

A suíte presidencial onde ele se hospedava acabou ganhando a alcunha de "Quarto do Getúlio" e ainda guarda segredos e lendas sobre um dos mais importantes presidentes do Brasil. O local permanece preservado e hoje atrai hóspedes e visitantes curiosos por viver a atmosfera da época do Estado Novo, governo instituído por Vargas, em 1937, que vigorou politicamente até 29 de outubro de 1945, e formalmente até 31 de janeiro de 1946.

O apartamento nº 522 tem 142 m² e toma boa parte do 3º andar. Tem três ambientes: dois quartos, uma sala - que servia como escritório para o presidente - e um banheiro. Os móveis, de linhas sóbrias, são originais do Palácio do Catete e ajudam os visitantes a serem transportados para outra época da história do Brasil.

Da janela, é possível ver todo o Parque José Afonso Junqueira, em uma vista encantadora, com o antigo "Casino" (na época o nome era escrito com apenas um s) à frente e, ao lado, a Serra de São Domingos.

Quarto é tombado
O espaço foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) em 1984 e está envolto pelas histórias que o cercam. A partir de 1937, as estadias de Getúlio Vargas em Poços de Caldas se tornaram frequentes, depois que sua esposa, Darcy Vargas, sofreu um acidente automobilístico e visitava a cidade se tratar na famosa Sala de Mecanoterapia das Thermas Antônio Carlos, vizinha ao hotel.

Em suas passagens pela cidade, ele inaugurou o aeroporto e a maternidade da Santa Casa, que levou o nome da primeira dama Darcy Vargas, ambos em 1938.

Segundo relatos locais, Getúlio chegava a passar meses hospedado no Palace, por isso, a suíte também é ambiente de lendas. Uma delas diz que Getúlio teria mandado montar uma sala idêntica ao seu gabinete do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro — inclusive instalando uma porta falsa, para dar a impressão de que o presidente trabalhava da capital.

“O Getúlio foi o presidente mais assíduo que tivemos aqui no Palace Hotel. Ele passava temporadas aqui, então ficou muito marcado. Tanto que a suíte presidencial, muita gente chama de suíte do Getúlio. O escritório é conhecido porque ele despachava dele, quantas coisas será que ele já não fez aqui, assinou aqui", diz o agente de reservas do Palace Hotel, Thiago dos Santos Quinteiros.

Outra história, repetida pelos moradores da cidade é que o presidente tinha uma suposta amante poços-caldense e que seus encontros eram facilitados pela estrutura do hotel que, antigamente, tinha portas que interligavam os quartos.

Nenhuma das histórias tem comprovação, segundo a administração do hotel, mas ajudam a manter o interesse pelo quarto mais famoso da cidade, que tem diárias que variam de R$ 1,5 mil a R$ 2,2 mil, com pensão completa e capacidade para até quatro pessoas.

Quando não está ocupado, o espaço pode ser visitado aos fins de semana, em roteiros monitorados que atraem curiosos e admiradores da história brasileira.

O Palace Hotel foi inaugurado em 1929, como parte de um ambicioso projeto mineiro que unia lazer e saúde — um complexo que incluía também o Palace Casino e as Thermas Antônio Carlos. A construção foi financiada pelo então presidente de Minas, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, e projetada pelo arquiteto Eduardo Pederneiras.

No governo Dutra, posterior ao Estado Novo, o jogo foi proibido, o que causou forte abalo nas vidas econômica e social de Poços de Caldas. Superado apenas anos depois, quando a cidade fortaleceu o turismo.

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