15/09/2025

Careca do INSS: vice de CPMI critica ausência e mira família de investigado


À CNN, Duarte Júnior diz que "não dá para compreender" decisão de Mendonça, do STF, que desobrigou ida de investigado à comissão do Congresso
Da CNN

O vice-presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, deputado Duarte Júnior (PSB-MA), criticou, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (15), a ausência de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, na oitiva da comissão.

Para Duarte, a situação “gera reflexos” e faz com que Antunes perca a chance de esclarecer fatos e proteger a própria família. Por isso, o vice-presidente protocolou nesta segunda-feira dois requerimentos para convocar a esposa do “careca”, Tânia, e o filho, Romeu, para prestarem depoimento.

"Essa ausência do careca do INSS, que é a figura principal, o protagonista dessa organização criminosa, desse esquema brutal de corrupção que durante anos roubou e tirou dinheiro de aposentados, pensionistas, idosos, pessoas em extrema vulnerabilidade por todo o Brasil, gera reflexos. Ele perde a oportunidade de, na CPMI, fazer uma delação, de trazer informações para esclarecer tudo que aconteceu e de proteger a sua própria família", afirmou à CNN.

"Nós vamos insistir na convocação para que ele venha testemunhar na CPMI, mas também apresentei agora pela manhã dois requerimentos de convocação: da Tânia, que é esposa do careca do INSS, e do Romeu, que é filho", continuou.

Ainda segundo o parlamentar, “não dá para compreender” a decisão do ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), que desobrigou o investigado de comparecer à CPMI. Ele destacou que, diante dessa ausência, os trabalhos agora se voltam também à família do investigado.

“Não dá para compreender essa decisão do ministro André Mendonça. Não se sabe a que serve essa decisão, a quem serviu ou quem busca proteger. Ela prejudicou muito os trabalhos da CPMI", disse.

O deputado também compartilhou que, com base nas investigações e nos requerimentos, tanto Tânia Carvalho dos Santos quanto Romeu Antunes foram envolvidos nas movimentações financeiras do esquema.

De acordo com o requerimento, Tânia teria participado da compra, à vista e em dinheiro, de um imóvel avaliado em R$ 3,3 milhões em Brasília.

"Nesse contexto, Tânia Carvalho dos Santos, esposa do senhor Antônio Carlos Camilo Antunes, chamado publicamente como Careca do INSS, tem sido apontada como responsável por sucessivas transações com um mesmo imóvel, localizado na área nobre de Brasília, e adquirido em dinheiro vivo no valor de R$ 3,3 milhões."
Já Romeu tem sido apontado, no documento, "como principal intermediário do esquema criminoso".

"Romeu Antunes é sócio de diversas empresas com o pai, especialmente as empresas Prospect Consultoria Empresarial LTDA, ACCA Consultoria Empresarial LTDA, Brasília Consultoria Empresarial foram utilizadas para envio de valores às pessoas físicas e jurídicas relacionadas a servidores do INSS."
Duarte Júnior reiterou que a CPMI poderá, inclusive, discutir a viabilidade de delações premiadas, a exemplo do que se estudou na CPMI dos atos de 8 de janeiro. "Posso afirmar que a CPMI pode receber esse depoimento e apresentar como uma delação. Aconteceu semelhante na CPMI do 8 de janeiro com o Mauro Cid. Estudava-se ali a possibilidade dele apresentar informações e ter o instituto da delação premiada."

"Nosso objetivo com a CPMI é fazer com que a investigação avance, defender o consumidor, os aposentados, fazer com que o dinheiro seja devolvido e com que aqueles que cometeram crimes possam responder e ser punidos com todo rigor previsto em lei. Pra que essa organização criminosa, que vem agindo mais precisamente de 2017 até os dias atuais, seja extinta, garantindo ao cidadão aposentado, beneficiário de algum programa social, tranquilidade e segurança necessária", completou à CNN.

A CNN recebeu uma nota da defesa do “careca do INSS” (Antonio Carlos Camilo).
A defesa do Sr. Antonio Carlos Camilo, em respeito à imprensa e considerando a impossibilidade de atendimento, via telefone, a todos os jornalistas, esclarece que, em razão da existência de inquérito policial com o mesmo objeto da CPMI, dará prioridade ao depoimento perante a Polícia Federal, considerando inclusive o lamentável clima político no âmbito da Comissão, o que se tem visto durante os depoimentos já prestados, o que sinaliza para uma oitiva improdutiva.

Conforme Duarte, apesar da ausência do principal investigado, a CPMI continuará avançando em novas convocações, que devem incluir advogados e servidores efetivos do INSS suspeitos de receber transferências de empresas ligadas ao esquema.

“Tem muita coisa que ainda vai acontecer e tenho certeza de que vamos conseguir combater e exterminar essa organização criminosa que tanto prejudicou os cidadãos brasileiros”, finalizou à CNN.

*Publicado por João Scavacin, da CNN

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