Mesmo em meio a disputa por medalhas, atletas não esquecem o lado humano dos jogos.
O fim das Olimpíadas de Paris, que se encerram neste domingo às 16h com a cerimônia no Stade de France, traz consigo as boas recordações deixadas por mais uma edição. Mais do que medalhas, ficam também os momentos.
Os Jogos Olímpicos são, de longe, a competição que mais valoriza o espírito esportivo. Acima do que vencer, respeitar o adversário é algo que está entranhado na identidade do torneio. O ge separou 10 que deixaram uma marca nesta edição:
A reverência a Rebeca Andrade
Certamente, a mais marcante de todas foi a reverência que Simone Biles e Jordan Chiles fizeram à brasileira Rebeca Andrade no pódio da final do solo da ginástica artística. Mesmo derrotadas, as americanas souberam reconhecer a rival que ficou no topo.
Brasil e Angola travaram um duelo direto por uma vaga no mata-mata do handebol feminino. Apesar do clima de decisão, Tamires mostrou grandeza ao ajudar Kassoma, que se lesionou, a deixar a quadra.
O fim da maratona feminina em Paris reservou uma cena histórica que retrata o espírito olímpico. Kinzang Lhamo, do Butão, cruzou a linha de chegada na última colocação, uma hora e meia depois da campeã Sifan Hassan, com o público correndo junto os últimos metros para incentivar.
O respeito de Kipchoge
Um dos grandes nomes da maratona, o queniano Eliud Kipchoge finalizou a prova de uma maneira especial. Aos 39 anos, o bicampeão olímpico desistiu no 30º quilômetro, esperou o último colocado passar e, então, entregou suas sapatilhas aos torcedores.
Depois de dividirem a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, Mutaz Essa Barshim e Gianmarco Tamberi voltaram a protagonizar uma cena bonita em Paris. Durante a disputa das eliminatórias do salto em altura, o catari sentiu um problema na panturrilha esquerda e o italiano correu para ajudar o adversário.
Sacrifício pela equipe
Victória Borges sofreu uma lesão na panturrilha durante o aquecimento para a classificatória da ginástica rítmica. Mesmo lesionada, a brasileira optou por entrar e fazer o que conseguisse na apresentação para que as companheiras pudessem realizar o sonho de performar nas Olimpíadas.
Homenagem emocionante
Apesar de ter sido prata no badminton individual, a chinesa He Bingjiao não subiu ao pódio sozinha. Nas mãos, ela segurava um broche (também conhecido como "pin") com a bandeira da Espanha em homenagem à Carolina Marín, adversária favorita ao ouro, mas que precisou desistir da competição após lesionar o joelho em quadra. Marín vencia Bingjiao na semifinal, quando precisou abandonar a partida devido à lesão. Com isso, a chinesa avançou à final.
Consolo ao rival
Tricampeão olímpico e uma das maiores estrelas do esporte mundial, Teddy Riner escreveu uma carta e dedicou uma publicação nas redes sociais a Tatsuru Saito, japonês derrotado duas vezes por ele na final por equipes do judô nas Olimpíadas Paris 2024. A França de Riner ficou com a medalha de ouro, e o Japão, com a prata. O japonês disse se sentir culpado pela derrota.
Grandeza na derrota
Uma cena no pódio das duplas mistas do tênis de mesa virou símbolo da trégua olímpica. Após a premiação das duplas mistas, atletas das Coreias do Norte e do Sul tiraram uma selfie unidos ao time da China, que foi a campeã.