No dia 4 de dezembro, foi inaugurada uma obra de arte instalada desde agosto no campus da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em Itabira. Estiveram presentes o os professores Edson da Costa Bortoni, reitor da Universidade; Antônio Carlos Ancelotti Júnior, vice-reitor; Gilberto Duarte Cuzzuol, diretor do Campus de Itabira, e Fabiana Costa Guedes, vice-diretora, bem como diversos servidores docentes e técnico-administrativos, anistiados e discentes da Universidade, além do Sr. Vinícius Oliveira Rocha, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Município de Itabira.
A obra, intitulada “O Elo”, foi projetada e construída pelo artista plástico Leonardo Bueno. Junto a ela, a placa descerrada contém os seguintes dizeres: “O minério de ferro moldou o nosso passado, a ciência e a tecnologia afloram no nosso futuro. Lapidar o conhecimento, a pedra que brilha no meio do caminho, caracteriza o nosso sempre-presente”. O texto contou com a colaboração de Guilherme Ferreira Aniceto, servidor da Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI), egresso do curso de Administração da UNIFEI em Itajubá, que sintetizou em poucas palavras, de modo poético, a ideia da obra. O monumento e o texto compõem uma série de simbolismos descritos a seguir.
O arco de círculo se assemelha ao arco do conjunto paisagístico-arquitetônico da locomotiva de Itabira, localizado na Praça do Areão, representando a forte integração da Universidade com a sociedade local. Segundo o professor Bortoni, o símbolo também remete à riqueza financeira de Itabira, emergente do solo com o extrativismo mineral, como o próprio texto da inscrição diz: “O minério de ferro moldou o nosso passado”.
Porém, com a exaustão do minério prevista para os próximos anos e a busca por alternativas de desenvolvimento, de modo complementar o texto afirma: “a ciência e a tecnologia afloram no nosso futuro”. Quem aflora não é mais, unicamente, o minério, mas também a ciência e a tecnologia. Isso é obtido à custa de muito trabalho, representado pela expressão “lapidar o conhecimento”, o que se dá por ações contínuas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Assim, a obra também evidencia esse aspecto em sua conformação.
O círculo completo e externo representa que a riqueza de Itabira não se origina tão somente do subsolo, mas também de fora dele. Caracteriza justamente o papel fundamental da UNIFEI, na diversificação econômica da cidade, notadamente pelo eixo da Educação, com fortes contribuições à formação de recursos humanos qualificados e ao desenvolvimento do empreendedorismo tecnológico e social, culminando na criação e atração de empresas de base tecnológica.
Não obstante, o círculo externo toca o solo. Isso simboliza uma perspectiva interessante do papel da UNIFEI em Itabira. A história da Instituição remonta a 110 anos. Ao longo desse período, a Universidade marcou profundamente a história de Itajubá. E há 15 anos, também impacta a história do Município de Itabira.
O texto também apresenta a sequência “a pedra que brilha no meio do caminho”, que alude ao poema “No Meio do Caminho”, do poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade, cujos famosos versos podem representar os obstáculos encontrados e enfrentados ao longo da vida. Além disso, nunca é demais lembrar que “Itabira” significa “pedra que brilha” em tupi-guarani. Por outro lado, o professor Bortoni ressalta que “pedra e caminho também possuem uma forte conotação bíblica, a qual destaca a pedra angular, o caminho, a verdade e a vida.
Finalmente, o texto menciona o “nosso sempre-presente”. Essa expressão dá uma noção de dinamismo, reverenciando o passado e planejando o nosso futuro, mas que sempre se vive intensamente no presente. Como numa aliança que não tem começo nem fim, o círculo demonstra que o relacionamento da UNIFEI com Itabira é eterno. A frase de despedida, que preconiza “UNIFEI ontem, hoje e sempre”, reafirma essa constatação.