Deputada por Minas Gerais Macaé Evarist (PT) foi escolhida por Lula nesta segunda para assumir o ministério que era ocupado por Almeida
Deivid Souza - Metrópole
A deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT), escolhida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, concedeu a primeira entrevista após aceitar o cargo, nesta segunda-feira (9/9). Macaé afirmou que é preciso “sair desse luto e ir à luta”, em uma clara referência a deixar para trás o escândalo envolvendo o ex-gestor da pasta, Silvio Almeida.
Almeida foi demitido após vir à tona uma série de denúncias de assédio sexual que teriam sido realizadas por ele. O caso foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles, na coluna de Guilherme Amado. O ex-ministro nega todas as acusações.
A ministra afirmou aos jornalistas que o trabalho do ministério é relevante para a sociedade e, por isto, é preciso deixar o que aconteceu de negativo no passado. “A minha expectativa é que a gente consiga, da forma mais transparente, para todos vocês, dar celeridade às prioridade para que o ministério funcione e dê respostas à sociedade. (…) Esse ministério tem políticas (públicas) que são muito importantes e que precisam, eu falei: a gente precisa sair desse luto e ir para a luta”, frisou.
Ainda na entrevista, Macaé disse ser importante que “os órgãos responsáveis façam as apurações devidas” das denúncias de assédio sexual, mas também que seja preservada a intimidade das vítimas, bem como garantido “o amplo e pleno direito de defesa” do denunciado.
“É preciso garantir os direitos das pessoas, dos denunciantes e também garantir o amplo e pleno direito de defesa. E uma coisa que é muito importante, que a gente garanta a privacidade e o sigilo sobre os fatos, principalmente daquelas pessoas que foram lesadas”, disse ela.
A ministra acredita que vai assumir o cargo oficialmente na próxima semana. Ela explicou que precisa finalizar demandas do cargo que exerce como deputada estadual em Minas Gerais. No entanto, disse ela, que o trabalho já começou. Macaé afirmou que fez nesta segunda uma reunião com os secretários do ministério e que solicitou que preparassem uma relação de quais são as urgências a serem tocadas no trabalho.
A entrevista foi concedida ao lado da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, que havia ficado responsável pela pasta dos Direitos Humanos interinamente.
A escolha de Macaé para o ministério foi divulgada nesta segunda. Ela é professora desde os 19 anos e já foi secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC) entre 2013 e 2014, período em que Aloizio Mercadante era ministro. A parlamentar é próxima de Gleide Andrade, atual tesoureira nacional do PT.